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 Matéria: João-de-barro

Por Gustavo van Deursen

 

Como visto no último mês, os impactos ambientais decorrentes das atividades da construção civil não são poucos. Felizmente, as soluções atualmente existentes são igualmente numerosas.

 A primeira, e talvez uma das mais importantes, é a reciclagem e a reutilização dos materiais utilizados. Existem muitas maneiras de se reaproveitar diversos resíduos gerados, sendo a sua incorporação nos agregados naturais da obra a mais comum.

 Além de evitar a extração de mais recursos naturais (areia, argila e pedra) e economizar espaço nos já saturados aterros sanitários estes processos quase sempre são mais vantajosos energeticamente: a produção de aço a partir de sua sucata reciclada consome 30% menos energia e 90% menos matérias-prima do que o processo convencional. Naturalmente, esta economia de recursos certamente é refletida em menores emissões de CO2 e menor contribuição ao aquecimento global.

 Porém, os esforços em prol da sustentabilidade devem continuar mesmo após o término da obra. Neste sentido, duas iniciativas chamam a atenção, a certificação internacional LEED – Leadership in Environmental and Energy Design, e a Etiqueta de Eficiência Energética em Edificações, lançada conjuntamente pela Eletrobrás e pelo Inmetro.

 A primeira busca certificar edifícios que atinjam certos níveis de desempenho ambiental e eficiência energética, para que estes tenham seus índices reconhecidos. Nesta certificação tudo é levado em conta. São analisados desde o consumo de água até a qualidade do ar respirado pelos seus moradores, passando pelas emissões de gases estufa durante a sua operação, a quantidade de material usada na sua construção ou simplesmente o conforto de seus habitantes.

 De acordo com a pontuação atingida, o edifício é classificado como “certificado”, “prata”, “ouro” ou “platina”.

Já o programa do Inmetro terá uma cara muito familiar ao brasileiro. Através de uma etiqueta semelhante à já usada em eletrodomésticos, serão avaliados o consumo energético em 3 áreas distintas do edifício: o seu envoltório, o sistema de iluminação e o de condicionamento de ar. Aqueles que obtiverem nota máxima em todos ganharão o selo Procel Edifica.

Atualmente aplicado apenas em prédios públicos, este programa deve ser estendido para o setor residencial ainda este ano.

 

Devido ao alto consumo energético dos edifícios, melhorar o seu desempenho ambiental pode ser considerado como uma das estratégias-chave no combate às mudanças.